segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Trechos de Márcia Tiburi

Contra o horror infeliz do capitalismo, somente o sentido do processo da vida como comum, como entre nós, poderá levar a uma expansão real de nossas consciências enquanto verdade do corpo-espírito. E nos livrar, assim, da covardia à qual somos convidados diariamente pelo sistema econômico capitalista, que nos humilha e, nos envenenando, nos torna dominados doentes infelizes.
A religião do capitalismo pseudorracional e amedrontado confirmou-se como um grande medo e a grande destruição da religiosidade como verdade brutal, sensível e primitiva do universo do qual somos parte. O profundo sentido da religião é simples contra-alienação. É essa a verdade teológica da política desde Spinoza. O poder que vem da multidão e que nos faz marchar, falar e amar. O poder xamânico da lucidez de lugar contra toda alienação.
O poder negativo que administra o êxtase da alegria de viver, colocando em seu lugar a miséria da mercadoria servida aos mortos que passeiam desesperados entre shopping centers e farmácias, é o que precisa ser combatido. O estupefaciente da mercadoria é a falsidade contra a verdade da vida. O otário, vítima do envenenamento capitalista, tem no capital a sua religião e na religião o seu capital.

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